Editora Martins - 1963 / Editora Azougue - 2002
"E muitos anos depois da morte dos três e da transformação da princesa-deusa em rocha pontuda onde o vento cantava, e também já depois da morte do cavalo cor de vinho que morrera de velho, passou um disco-voador pelo céu do Guarujá. Era branco e triste e luminoso. Ele parou de repente no ar, ficou alguns segundos no ar e foi só, depois foi embora, foi para longe, para o alto. Sumiu. Parecia um copo de uísque que voasse e girasse, só, triste, abandonado a sua estranha velocidade e paradas bruscas. Coitado! Eu tenho dó do disco-voador. E a terra estava ali guardando em seu seio de mãe o corpo do general, da garota de cabelos verdes, do seu amado, do cavalo cor de vinho e da princesa-deusa que voluntariamente quis pertencer à terra transformando-se em rocha pontuda onde o vento sempre canta."
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