Gogol é mestre de Dostoiévski e, a meu ver, de Machado de Assis. Ele inaugura o riso entre lágrimas.
O Capote é um claro prenúncio da tempestades revolucionárias e gloriosas que surgirão.
Também pode ser encarado como o criador do futuro Surrealismo mas é impossível enquadrá-lo. Ele é em si. Só para vocês verem que, igual a Van Gogh, sua missão de artista era também a de um santo absolutamente devotado. O seu romance Almas Mortas, em que o personagem Chichcof, que é um vendedor de apólices de seguro, vai comprando a alma dos ainda vivos e é claro que ele é Satã. Gogol vivia atormentado como cristão eslavófilo, se torturava pelo fato do herói principal ser o próprio demônio.
A segunda parte que, dizem, tinha mais de mil páginas, ele as queimou enquanto estava na Itália voluntariamente submetido às ordens de um monge a quem ele tudo confessava. O monge disse: "queime tudo," e ele queimou os originais, e depois, sob as ordens do próprio monge, morreu de tanto jejuar.
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