Todos aqueles que refletiram sobre os vínculos que unem o homem aos outros homens, não se cansaram de afirmar que é o homem um ser gremial, disposto pela sua índole biopsíquica e espiritual a viver em conjuntos que o ultrapassam. Esta vida que ultrapassa o homem e somente na qual ele se conhece, define, desenvolve e exalta, é a vida cultural em toda a sua amplitude, a esfera do espírito objetivo. Como reconheceu Hölderlin, "nós, os homens, somos um diálogo", isto é, existimos num diálogo e antes mesmo de despontarmos para a nossa consciência particular já estamos envoltos nesse colóquio ilimitado. Apreendemo-nos, sentimo-nos dentro dos quadros dessas formas simbólicas e linguísticas intersubjetivas e é esse discurso social que faz surgir o mundo como se nos apresenta. Disto já podemos concluir de que maneira radicada e profunda o "outro" está impresso em nós mesmos, em que medida o nosso existir é antes um coexistir; ao vivermos particularmente, vivemos conteúdos universais.
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