Oncotô / Emoção e criação

Episódio do programa Oncotô.

Sinopse da TV Brasil:

O Oncotô? investiga os movimentos magmáticos que determinam as nossas histórias pessoais, as histórias de nossos territórios familiares, étnicos, regionais e nacionais, e a maneira com que, como vulcões, solidificamos este magma em nossas expressões criativas.

Em Pelotas, D. Sirley conta a história de seu pai, que produzia fantasias no antigo carnaval da cidade, e revela as emoções que marcaram e ainda hoje são recuperadas pela memória do que foi vivido.

Na história da família de D. Sirley é possível ver a amálgama: seu avô, negro, tinha portugueses entre seus ascendentes familiares. Este mesmo avô casou-se com uma mulher filha de negra com um homem branco, que se encontraram em um hotel em Pelotas onde empregadas negras se relacionavam com hóspedes de diferentes origens.

D. Sirley conta que, antigamente, os grupos populares de carnaval desenvolveram-se quando as mulheres negras trabalhadoras domésticas passaram a se socializar como suas patroas: em reuniões para tomar chá. Por ela, é possível conhecer o recente processo de recuperação da história das populações negras no Rio Grande do Sul, onde hoje existe um processo de valorização da identidade quilombola. Na história de sua mãe, tem-se um exemplo de atitude criativa e inovadora em um contexto de isolamento cultural e analfabetismo: "uma pessoa à frente de seu tempo."

Jorge Mautner fala do carnaval ecumênico no Brasil. As minorias que, misturadas e mantendo suas propriedades originais, formam a amálgama: razão pela qual o Brasil se destaca em um mundo de separações, apartheids. Para que o futuro da espécie humana seja possível, depende-se de valores de tolerância e compreensão, os valores que constituem a amálgama: por isso, a importância do Brasil. O amor como segredo da amálgama: torna a felicidade possível.

Os artistas José Resende, Yamandú Costa e José Roberto Aguilar falam sobre seus trabalhos, reflexões e histórias. Suas perspectivas sobre a liberdade e os desafios de se expressar criativamente em um país que não construiu uma história cultural, uma tradição. A importância de sermos emissores, agentes ativos da nossa história.

Ao longo do programa, ouve-se músicas interpretadas por Yamandú e lê-se Jorge Mautner, Roberto Piva e Oswald de Andrade.

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