Episódio do programa Oncotô.
Sinopse da TV Brasil:
Neste programa serão apresentados o Cururu e o Cateretê, dois ritmos da música caipira com origem no encontro histórico dos jesuítas com os povos indígenas e nas novas estratégias de catequização adotadas utilizando técnicas do teatro e música. A partir destas expressões artísticas, o programa mostra um pouco da história da relação das populações indígenas com a língua portuguesa e dos caminhos de formação da cultura brasileira.
Jorge Mautner contextualiza a presença jesuítica no Brasil. O músico explica as mudanças no catolicismo provocadas pelo protestantismo a partir do reflexo dessas modificações na catequese praticada com os índios: a utilização do teatro e da música como efeito da Contra-Reforma, e o emprego dos gêneros musicais Cururu e Cateretê. Mautner também comenta sobre a geopolítica da época: o Tratado de Tordesilhas como divisão do mundo entre espanhóis e portugueses, a luta portuguesa pelo território, tendo como inimigos os protestantes e os espanhóis.
Em um território guarani em Biguaçu, no Paraná, o programa mostra um pouco da cultura guarani e a história pessoal de Celita Antunes com a língua portuguesa: processo difícil, ocorrido no contexto escolar. Geraldo Madeira fala sobre canções e pregações guarani, o sol como pai e como fator comum que irmana toda a humanidade.
O músico paranaense Arrigo Barnabé lembra a profunda diferença entre a língua portuguesa no Brasil e Portugal, fruto, em grande parte, da influência indígena no país. O compositor diz ter lido que os diferentes sotaques brasileiros têm origem nos vários povos indígenas que habitavam esta terra. Arrigo conta ainda que a língua portuguesa só passa a predominar no Brasil a partir do século XVIII, após um processo, idealizado pelo Marquês de Pombal, de exterminação do nheengatu, que era a língua mais falada no país.
O neurocientista Ivan Izquierdo apresenta a teoria de que a pessoa, quando ainda em gestação no útero materno, apreende o jeito de falar da mãe, herdando seu sotaque. Descreve, a partir da própria experiência, os caminhos do cérebro poliglota entre uma língua e outra, e localiza, poeticamente, a diferença entre as línguas portuguesa e espanhola.
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